João jogava havia mais de 30 anos na milhar 4567. Só jogava na milhar; nada de centena, de grupo, de “cercar o bicho”. Ele queria acertar a milhar, e não tinha dó de apostar o equivalente a R$ 10,00 em cada uma das duas extrações diárias do jogo do bicho. Ele jogava até na “domingueira”, sempre na milhar 4567, e “na cabeça”, ou seja, apenas no primeiro prêmio.
Seus amigos viviam aconselhando-o a parar de jogar tanto, pois ele gastava mais de um salário mínimo por mês em apostas no jogo do bicho.
João deixava os conselhos dos amigos entrarem por um ouvido e saírem pelo outro. Não queria parar de jogar, pois acreditava que “faria a vida” se acertasse na milhar, afinal, pela média, hoje, alguém que aposte R$ 10,00 numa milhar, só na cabeça, e a acerte, leva pra casa R$ 40 mil.
Um dia, João teve um pesadelo. Acordou acreditando que ia ficar doente e decidiu parar de jogar no bicho. Seus amigos perguntaram o que havia acontecido e João respondeu:
- Recebi um aviso pelo sonho. É para eu parar de gastar dinheiro em jogo, pois vou ficar doente e terei de comprar muitos remédios!
Ninguém entendeu nada, mas todos os amigos apoiaram a decisão de João.
João disse aos amigos:
- Olha, eu vou lá no “chalé” só para ver o resultado da tarde. Eu não joguei, mas só quero ver… nada mais…
Chegou no “chalé” e viu, afixado na parede, o resultado da tarde. E lá estava ela, no primeiro prêmio, a milhar 4567.
Conseguiu entender a mensagem implícita desta crônica?
eh uma mensagem muito boa, parabens
ResponderExcluirEu passei por isso, literalmente, mas não estava há décadas torrando um salário mínimo por mês. Eu jogava pouquinho (tipo R$ 2,00 hoje). No dia em que eu decidi parar, fui conferir o resultado da tarde e eu teria ganhado no duque de dezena e na centena (hoje, seria uns R$ 200,00).
ResponderExcluirNo entanto, o texto é pura metáfora. Muitas vezes, a gente desiste um segundo antes de conseguir uma coisa.
Aí, é duro!
Abraços, e obrigado pelo comentário, Raphael.